Energéticos: Energia líquida ou veneno?
No Brasil, de acordo com informações da consultoria Kantar, a distribuição do consumo de energéticos em 2019 foi de 1% pertenceu à faixa etária dos 11 a 17 anos; 26% de 18 a 29 anos; 18% de 30 a 39 anos; 28% de 40 a 49 anos; e 28% na faixa etária de pessoas com mais de 50 anos. A produção e consumo de bebidas energéticas aumentou muito nos últimos anos e a previsão é que esse mercado cresça ainda mais.
No texto de hoje, trouxemos algumas explicações sobre a atuação dos energéticos no nosso corpo e suas principais substâncias!
Formulação das bebidas energéticas:
- Taurina: É um aminoácido sintetizado em laboratório que ajuda o coração a bater mais forte, bombeando mais sangue e funcionando como um tipo de combustível para o corpo. Fato curioso é que a fonte natural deste componente é o sêmen e os testículos de touro, dando origem ao nome ‘Taurina’. Mas não se preocupe, como mencionado anteriormente, a substância usada nos energéticos é produzida artificialmente.
- Cafeína: É ela que proporciona o potencial energético da bebida, oferecendo mais concentração e energia ao consumidor. Esta substância também está presente no café e, em ambos os casos, causa um efeito estimulante.
- Inositol: Este componente é adicionado aos energéticos para adoçar a bebida e proporcionar um sabor refrescante. Neste caso, é usado na forma sintética, mas também pode ser encontrado em vísceras e músculos de animais.
- Citrato de sódio: Um ingrediente químico sintético que proporciona à bebida um leve sabor cítrico. O citrato na forma natural é encontrado em frutas ácidas como acerola, limão e laranja.
- Gás carbônico: É o que diferencia o energético de outras bebidas, conferindo-lhe a efervescência.
Como Agem no Nosso Corpo?
Tanto a taurina quanto a cafeína são conhecidas como drogas psicoativas, ou seja, estimulantes diretos do sistema nervoso central — especialmente a cafeína. Nos 45 minutos iniciais após o consumo do energético, há um pico de cafeína na circulação, deixando o indivíduo mais alerta, atento, concentrado. Reduz-se o cansaço, a fadiga mental. Depois, o efeito da substância começa a cair e vem o efeito do açúcar. Dentre as ações que as substâncias das bebidas energéticas causam em nosso corpo, podemos destacar:
- Estimulação do Sistema Nervoso Central (SNC), que, dependendo da quantidade consumida, pode desencadear uma variedade de efeitos em outros órgãos;
- O excesso destes estimulantes promove a liberação de hormônios de excitação, como a adrenalina e noradrenalina, que favorecem o aumento da pressão arterial, da frequência cardíaca e promovem a vasoconstricção (contração) dos vasos sanguíneos.
- A cafeína, dependendo da dose, pode estimular a secreção ácida no estômago (razão pela qual é desaconselhada para quem sofre de gastrite) e intensificar a produção de urina;
- Além disso, a presença de Taurina nas bebidas energéticas pode retardar a progressão da cardiomiopatia, que dificulta o fornecimento de sangue do coração para o corpo, promovendo a manutenção da função cerebral, a termorregulação, entre outras ações.
Benefícios e Malefícios das bebidas energéticas | Ação no organismo
Benefícios
As substâncias estimulantes presentes em bebidas energéticas podem ser utilizadas para aumentar a resistência física, melhorar a concentração nas atividades realizadas, evitar a sonolência, induzir sensação de bem-estar, acelerar o metabolismo e auxiliar na eliminação de substâncias prejudiciais ao organismo.
- Estudos indicam que a cafeína presente nos energéticos pode ter um efeito broncodilatador (relaxamento e abertura dos brônquios) em pacientes com asma, resultando em um discreto aumento na frequência e na intensidade da respiração.
- Pesquisadores também observaram efeitos significativos das bebidas energéticas no estado de humor. Esses efeitos foram associados a maior alerta, revitalização, aumento da atenção e aprimoramento da energia mental.
Malefícios
O consumo excessivo de bebidas energéticas contendo cafeína pode elevar o metabolismo energético em todas as regiões do cérebro, no entanto, pode resultar em uma redução do fluxo sanguíneo cerebral, condição clínica conhecida como hipoperfusão cerebral. Também pode desencadear efeitos de curto prazo, como irritabilidade, aumento da frequência cardíaca e piora no sono.
- O Comitê Científico de Alimentação (SCF) na Europa destaca que o consumo em grande quantidade de energéticos aumenta o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares devido à cafeína, tanto quando consumida isoladamente quanto em combinação com outros componentes, como a taurina presente em certos tipos de bebidas energéticas, especialmente durante ou após exercícios intensos.
- A hipertensão (aumento da pressão sanguínea) é outro efeito que pode ser desencadeado pelo uso abusivo de bebidas energéticas, podendo também resultar em doenças cardiovasculares e derrames. Portanto, indivíduos com pressão arterial elevada geralmente são aconselhados a reduzir o consumo de cafeína.
Mas calma, a ABIR informa que diversas pesquisas e literaturas nacionais e internacionais comprovam e atestam que as bebidas energéticas não são prejudiciais à saúde e/ou relacionadas a ocorrências de doenças, se consumidas com segurança e moderadamente.