Embalagens: tipos, funções e impactos
As embalagens são partes essenciais de um produto. Segundo a Anvisa, a embalagem é o recipiente destinado a garantir a conservação, transporte e manuseio dos alimentos. Já no dicionário, embalar significa não apenas empacotar objetos para os proteger, mas também tem sentido de entreter. E de fato elas cumprem ambas funções e muito mais: não só contêm o produto como também têm o papel de informar e atrair o consumidor.
Mais do que um rostinho bonito
De forma mais técnica, podemos dizer que a principal função da embalagem é a conservação de um produto. Ela mantém a qualidade e segurança, atuando como barreira contra fatores responsáveis pela deterioração química, física e microbiológica do produto. Dessa forma, constitui um dos principais fatores no aumento da vida útil do produto pelo controle de fatores como umidade, oxigênio, luz e concentração de microrganismos.
Vamos pensar no Bis! O papel que fica diretamente em contato com o chocolate é a embalagem primária. Ela garante que microrganismos não vão entrar em contato com o produto e fornece uma primeira proteção para prevenir que ele amoleça. Já a caixinha de papelão é a embalagem secundária, que serve como suporte para os biscoitos. Finalmente, a embalagem terciária vem por fora para fornecer maior proteção contra o amolecimento e cumpre ainda a função de atrair e informar o consumidor.
O material da embalagem é essencial, pois deve ser efetivo na conservação do produto, permitir um design atrativo e, ao mesmo tempo, impedir a transferência de substâncias que possam pôr em risco a segurança dos consumidores ou das características específicas do produto. Assim, elas devem permitir o acondicionamento assepticamente e processos térmicos, caso necessário. Vale ressaltar que cada tipo de material confere à embalagem diferentes propriedades.
A Anvisa estabelece normas e padrões que devem ser seguidos para cada tipo e material de embalagem: plástico, celulósico, metálico, vidro, têxtil e elastômero. Em geral, as embalagens são isentas da obrigatoriedade de registro, de acordo com a Resolução RDC n° 27/2010. Mas, ainda assim, precisam estar de acordo com as normas vigentes.
Conservando o produto e o planeta
Em muitos casos, opta-se por utilizar embalagens de difícil degradação na natureza. Elas podem demorar centenas de anos para se decompor e se acumular em ecossistemas, causando prejuízos. É o caso de diversos polímeros derivados do petróleo, como plásticos, borrachas e espumas. Algumas alternativas de materiais biodegradáveis têm surgido a partir de pesquisas com o intuito de reduzir esses impactos. Entre eles estão os bioplásticos, como o poliácido lático, e as embalagens de celofane ou papelão.
Porém, tão importante quanto a biodegradabilidade do material é a origem dele. Em geral, a maior parte das embalagens plásticas provém do petróleo, cuja utilização causa diversos impactos ambientais que impulsionam a mudança climática. Uma forma de tornar a cadeia desses itens mais circular é a reciclagem. Através de alguns processos de tratamento, esses materiais usados podem ser reinseridos na cadeia produtiva ao invés de formarem uma ilha de plástico inerte no oceano, por exemplo.
Para isso, muitas empresas investem na logística reversa de suas embalagens. Isto é, estabelecem pontos de coleta para que possam reutilizar o material que os clientes retornam. Ações como essa geram um ganho, não só no marketing verde da marca, como na redução de custos em boa parte dos casos. Diversas marcas já estão preocupadas com essa questão, como a Coca-Cola e a Henkel.
Outra possibilidade interessante são os materiais diretamente provenientes de vegetais. A startup brasileira “Já Fui Mandioca” faz embalagens a partir de fécula de mandioca que viram adubo após o uso. Uma opção ainda mais ousada é a utilização de resíduos agroindustriais para esse fim. A vantagem é que essa aplicação não gera competição com a produção de alimentos, fonte enorme de demanda no Brasil. Várias universidades já investigam a viabilidade dessa produção.
Os espertinhos
Uma tendência interessante no ramo são as embalagens inteligentes. Elas possuem sensores e indicadores bioquímicos que detectam a presença de determinadas substâncias que são liberadas em estágios específicos da vida útil do alimento. Isso gera alterações em parâmetros como concentração de água e gás carbônico, mudanças no pH ou modificações de temperatura.
Um exemplo é o RipeSense, tecnologia que detecta o gás etileno na fruta embalada para dizer o grau de maturação dela, mudando de cor no período ideal de consumo. Uma startup brasileira que também usa esse princípio é a Plasticor, pioneira no ramo de biosensoriamento no Brasil.
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