Biofertilizantes e defensivos naturais: conheça a tendência verde no campo
Em meados do século XX, durante a Segunda Guerra Mundial, surgiu o que hoje conhecemos como fertilizantes e agrotóxicos, ou defensivos agrícolas. Inicialmente, estas substâncias químicas eram utilizadas sob a condição de armas químicas, mas, com o fim dos conflitos, seu uso foi redirecionado para o campo, com o intuito de aumentar a produção agrícola. Assim, deu-se início à Revolução Verde, onde houve um aumento expressivo na produtividade com o emprego de tecnologia e mecanização no campo. Com isso, o uso de agroquímicos nas safras se tornou a regra.
Melhoria ou malefício?
Os agrotóxicos podem ser classificados como inseticidas, fungicidas, herbicidas, acaricidas, entre outros, e cumprem, de fato, sua função prevista ao final da Guerra. De forma mais sutil, também são classificados como defensivos agrícolas e atuam de forma importante no aumento do rendimento das safras. Isso é fundamental para que a produtividade atual seja suficiente para alimentar a população mundial. O problema da fome hoje é melhor explicado pela desigualdade de renda do que pela dificuldade de produção, diferente do que dizia Thomas Malthus no final do século XVIII.
Por uma comodidade de produção trazida pela revolução industrial, a composição química desses defensivos, em geral, traz diversos malefícios à saúde e ao meio ambiente. Elas substâncias podem causar, a longo prazo, problemas neurológicos, dificuldades respiratórias, irritações cutâneas, lesões gastrointestinais, alterações no sistema reprodutor, além de estarem associadas a alguns tipos de câncer.
Já em relação ao meio ambiente, eles se infiltram no solo e são depositados nos lençóis freáticos, de modo a contaminar diversas regiões e espécies de organismos vivos. Por serem ricos em nitrogênio e fósforo, em geral, podem estar associados à eutrofização de corpos hídricos próximos. Também pode ocorrer a bioacumulação nas cadeias tróficas, causando grande prejuízo à fauna e acarretando incontáveis impactos ambientais.
Exatamente por esses motivos é que diversos desses compostos estão sendo banidos legalmente em vários países, principalmente na Europa. São exemplos o glifosato, a atrazina e o clorpirifós, recentemente banido pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos.
Alternativas amigáveis
Os defensivos agrícolas naturais, por sua vez, substituem os defensivos químicos e operam de modo a obter vantagens das interações naturais, atuando em harmonia com as relações ecológicas e processos naturais. Sua formulação se dá a partir de compostos (ou somente partes destes) extraídos de plantas, microrganismos, animais e minerais que darão origem a um produto orgânico e efetivo.
Um grupo de produtos que têm tido um grande aumento de popularidade é o dos biodefensivos de base microbiológica. Eles consistem em linhagens específicas de bactérias, fungos, leveduras ou vírus que atacam as pragas responsáveis pelas perdas na produção. Um exemplo ilustrativo é o uso do fungo Metarhizium anisopliae para controle de pragas em canaviais, como a cigarrinha-das-raízes. Esse tipo de estratégia é englobada no manejo integrado de pragas (MIP), visando alternativas mais robustas e com melhor custo benefício para o produtor.
Outro grupo interessante de compostos é o dos biofertilizantes. Em geral, eles são obtidos pela fermentação anaeróbica de resíduos orgânicos, mesmo processo de produção do biogás. O líquido remanescente é rico em nutrientes como fósforo, nitrogênio, vitaminas e até antibióticos naturais produzidos pelos microrganismos do meio. Portanto, também contribuem para a prevenção de pragas, além de não serem tóxicos para o ambiente.
Tendência verde
Devido às vantagens relacionadas à saúde e ao meio ambiente, a busca por esses produtos vem crescendo cada vez mais no mercado mundial. Somente para defensivos agrícolas orgânicos, as buscas crescem cerca de 16% ao ano e, cada vez mais, consumidores buscam alimentos livres de agrotóxicos. Nesse sentido, esse mercado vem surgindo como uma grande oportunidade para os empreendedores do ramo alimentício e pequenos agricultores.
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