A evolução da Indústria Alimentícia Brasileira no Século XX
Texto escrito por Gabriella Garcez, gerente de projetos.
A indústria alimentícia teve um peso muito grande na industrialização brasileira no século XX. De um setor pulverizado, de grande mão-de-obra e de empresas pequenas no início do século, ele se transformou em um dos maiores focos na economia brasileira na década 1990.
Neste texto, iremos entender um pouco mais os impactos dessa indústria para a população e a economia do país. Primeiro, falaremos sobre a indústria em si, sobre suas principais tendências. Depois sobre as empresas típicas brasileiras, as de pequeno porte. Por fim, comentaremos sobre a internacionalização da indústria, dando como exemplo a Nestlé.
O início
A indústria de alimentos foi um dos setores responsáveis pelo primeiro surto industrial, nas últimas décadas do século XIX. No final da 1ª Guerra Mundial, a segunda maior atividade industrial no Brasil era na área de alimentos. Porém, quanto mais a industrialização crescia e outros setores aumentavam, a produção de alimentos foi perdendo sua posição de importância.
Até os anos 1980, a produção de alimentos atingiu o seu menor número nas indústrias brasileiras. Porém, mesmo não tendo uma participação na economia do país tão grande quando as outras indústrias, ainda era uma das quatro principais no Brasil. Isso mostrou que, apesar de não crescer por boa parte do século, a indústria não perde sua posição como uma das principais. Lembrando que, quando falamos de indústrias de alimentos, são as de pequeno porte.
A reviravolta
Em 1990, houve uma reviravolta na história. A quantidade de indústrias alimentícias aumentou, representando um percentual maior do que a indústria de petróleo. Mas será que isso se deu devido às empresas pequenas? Vamos entender melhor.
Ao longo da metade do século, a partir da Segunda Guerra Mundial, a empresa típica brasileira de alimentos era pequena em relação às outras empresas no polo industrial. Como vimos antes, até meados dos anos 1980, a produção de alimentos atingiu seu menor nível, e isso se deve ao desenvolvimento de outras indústrias de alto valor, e também a dispersão na indústria alimentícia. Porém, logo após isso, se iniciou um processo de concentração empresarial, que irá crescer na década de 1990.
A internacionalização da indústria
Com essa concentração industrial, a entrada de empresas estrangeiras foi tão grande que, em 1999, mais da metade das empresas brasileiras eram subsidiárias de empresas estrangeiras. Com o capital estrangeiros entrando no país, ele fez com que as pequenas indústrias pudessem crescer, fazendo com que empregos fossem criados, aumentando então a economia do país. Nos anos 2000, das 20 maiores empresas de alimentos no Brasil, metade delas são de origem estrangeira.
Isso tudo fez com que, além do fato que as indústrias alimentícias brasileiras se tornaram maiores e mais concentradas, as empresas multinacionais ajudaram trazendo suas operações de larga escala de produção e extensas linhas de produtos. Os novos produtos foram de extrema importância para a competitividade entre as empresas, fazendo com que, em busca de diversificação, eles adquirissem empresas brasileiras, que eram donas de marcas tradicionais e com grande participação de mercado. Há empresas que representam muito bem a junção de capital estrangeiro e nacional, como por exemplo a Nestlé.
A Nestlé
A Nestlé foi criada na Suíça em 1867, por Henry Nestlé, com o lançamento de um alimento infantil à base de cereais e leite, a Farinha Láctea Nestlé. Uma década mais tarde, a empresa exportava e comercializava estes produtos para o Brasil.
Ao longo do século XX, a Nestlé expande sua linha de produtos para diversas áreas na indústria de alimentos. Como exemplos estão leites e seus derivados, cereais, alimentos infantis, chocolates, biscoitos, balas, sorvetes, cafés, alimentos congelados, sopas, caldos, temperos, sobremesas, suco de laranja, água mineral, e também ração para cães e gatos. Além disso, produtos destinados a grandes consumidores, como restaurantes, hotéis, hospitais, entre outros.
Com tudo isso em mente, pode ser concluído que a indústria de alimentos tem, e sempre teve, grande influência na economia do país, assim como na vida da população. Mesmo em seus piores momentos, ela nunca deixou de ser uma parte importante da indústria. A entrada de empresas multinacionais fez com que a produção de alimentos brasileiros pudesse ter o impulso que precisava para crescer.
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