Texto escrito por Paulo Carvalho, Coordenador de Projetos. Publicado em: 03/12/2020.

Foi em 1908 que Fritz Harber publicou seus primeiros estudos sobre síntese da amônia. Alguns anos depois, esses estudos, com auxílio de Carl Bosch, tornaram o processo viável a nível industrial. Esse processo, denominado Harber-Bosch, revolucionou a maneira das sociedades humanas cultivarem os alimentos e é considerada uma das invenções mais importantes do século XX, criando um mundo de novas possibilidades para a indústria química. 

Hoje, 112 anos depois desta revolução no setor químico, centenas de novas descobertas foram feitas, contribuindo para o atual estado do desenvolvimento tecnológico atual. E é razoável se questionar: após tantas invenções e descobertas, quais são os próximos passos da indústria química? Quais são as grandes apostas para as próximas décadas?

A indústria 4.0 

Em 2019, o Mapa do Trabalho Industrial do Senai (2019-2023) apontou o crescimento da demanda por profissionais em algumas áreas. Dentre eles cabe-se citar a indústria de alimentos e os setores químicos e petroquímicos, além de demandas originadas a partir da nova realidade que indústria vem passando: a chamada indústria 4.0.  Esse termo está profundamente relacionado com o desenvolvimento acelerado das tecnologias digitais, passando pela robótica avançada até a inteligência artificial.

Um caminho promissor da indústria química é, portanto, a integração da tecnologia para automatização de processos nas plantas de químicos hoje em operação, visando a maior segurança operacional e de dados, além da facilitação da integração de elos da cadeia de produção, contribuindo efetivamente para processos como logística reversa e economia circular. 

Química sustentável

Desta forma, a indústria 4.0 conversa muito bem com outra área bastante promissora na indústria química: a área de sustentabilidade. Esse setor tem ganhado destaque nos últimos anos, fruto dos impactos ambientais crescentes decorrentes do desenvolvimento industrial e da cobrança da sociedade civil. Segundo esse estudo feito em 2018 pela Fundação Instituto de Administração (FIA), a sustentabilidade surgiu como das dez áreas mais promissoras no futuro, levando, de acordo com o estudo, ao surgimento de profissões específicas na área, como engenheiro de resíduos e consultor de energias alternativas. 

Essa crescente também impacta fortemente algumas áreas específicas dentro da indústria química. Segundo o relatório da Delloite, os setores automotivo, de criação de embalagens e biotecnológico poderão se beneficiar grandemente das inovações tecnológicas dessa nova revolução industrial, configurando-as como potenciais polos de crescimento e, consequentemente, oportunidades. 

A engenharia de bioprocessos

Com os avanços tecnológicos, o aproveitamento mais eficiente de matérias primas, utilizando o que atualmente é considerado resíduo, é um ponto que já começa a ser amplamente estudado e indica grandes oportunidades futuras dada a complexidade deste processo. 

São muitas as áreas de possível crescimento futuro e todas estão, em maior ou menor grau, ligadas com o aprimoramento de tecnologias, uma vez que estas são as responsáveis por tornar viável, tanto economicamente quanto operacionalmente, os estudos e pesquisas desenvolvidas ao redor do mundo. 

E como deixar o meu legado dentro das grandes indústrias?