Vegetarianismo e veganismo: o mercado atual

Texto por Giovana Caxias, ex-vice-presidente da Legado Consultoria Jr.

Apesar do crescimento no consumo de carne ao redor do mundo, segundo um relatório de Junho de 2019 da Grand View Research o mercado de comida vegana deve chegar a 24,06 bilhões de dólares até 2025, registrando uma taxa de crescimento anual composta (CAGR, em inglês) de 9,6%. Ainda de acordo com o relatório, esse crescimento deve ser ainda mais potencializado pelo aumento na popularidade destes produtos entre celebridades e atletas. Grande parte do mercado é representada por novas carnes veganas, que não contém proteína de origem animal em sua constituição.

Uma pesquisa conduzida pelo IBOPE Inteligência em Abril de 2018 indica que 14% do brasileiros se declaram vegetarianos, o que equivale a cerca de 29 milhões de pessoas. Esse é um número contrastante com o de 2012, época quando somente 8% da população era adepta deste regime alimentar. Entre os entrevistados, a maioria afirmou que consumiria mais produtos veganos se o custo destes fosse equivalente aos daqueles que estão acostumados a comprar. Da mesma forma, 55% das pessoas confirmou que optariam por versões vegetarianas nos supermercados se estas estivessem melhor indicadas na embalagem.

Estima-se que, no Brasil, a oferta de produtos vegetarianos e veganos é menor do que a demanda.

Porém, ao contrário do que se imagina, essa demanda não é composta apenas por consumidores adeptos do vegetarianismo ou veganismo, mas também por pessoas que desejam diminuir o consumo de carne nas suas dietas. Parte significativa da população mundial tem interesse em buscar alternativas à proteína animal na hora de se alimentar.

Os benefícios motivadores do movimento

1- Saúde

Esse nicho vem crescendo conforme são publicadas pesquisas que indicam os benefícios à saúde decorrentes da redução do consumo de produtos de origem animal. Por exemplo, um artigo científico lançado recentemente na JAMA Internal Medicine estudou a associação a longo prazo entre a ingestão de proteínas e a mortalidade de cidadãos japoneses. Segundo suas descobertas, a substituição de proteína animal por vegetal foi associada a um menor número de mortes causadas por câncer e doenças cardiovasculares.

2- Meio ambiente

Outro fator motivador para a diminuição do consumo de carne entre as pessoas é a questão ambiental. Crê-se que a maneira mais efetiva de ajudar o planeta no que diz respeito às mudanças climáticas é justamente adotar uma dieta alimentar rica em produtos de origem vegetal, uma vez que a produção de carne é uma das maiores responsáveis pela emissão de gás metano na atmosfera. Além disto, conforme a demanda por carne aumentar a tendência é que uma área de terra cada vez maior seja empregada no processo produtivo. Como consequência temos a ocorrência da expansão da fronteira agrícola em prol da capacidade de produção de empresas deste setor.

3- A ética por trás do veganismo

As pessoas tem sido convencidas a fazer mudanças nos seus hábitos de consumo por causa da forma de produção de bens derivados de animais. O método de criação extensiva de animais empregado pelo setor alimentício atual submete esses seres vivos a uma vida inteiramente artificial. Muitos consideram chegar ao ponto de infligir processos classificados como tortura física e psicológica aos bichos. O mesmo vale para outros produtos não-veganos, que possuam em sua constituição algum derivado animal.

Desafios de um estilo de vida em ascensão

Movimentos como o vegetarianismo e o veganismo, portanto, passam a serem vistos como um estilo de vida mais saudável, ético e responsável para seus adeptos. O que não significa que esta mudança de comportamento seja fácil. De acordo com uma pesquisa de 2017 publicada na Revista Hìgia, a segunda maior dificuldade alimentar encontrada por indivíduos vegetarianos residentes no Sul do país é o baixo número de opções de restaurantes e estabelecimentos vegetarianos. Essa perde apenas para o convívio social.

E é com base nesta necessidade do mercado que algumas grande empresas já estão planejando seus próximos passos. Por exemplo, em 2019 o Burger King anunciou o lançamento de um hambúrguer em parceria com a startup Impossible Foods, especializada em carnes e queijos a base de plantas. Por sua vez, o grupo varejista Pão de Açúcar estabeleceu uma parceria com a The Not Company, que desenvolve produtos veganos através do uso de inteligência artificial. Companhias como McDonald’s, Taco Bell e Chipotle também vêm testando a adição de itens vegetarianos aos seus menus, na esperança de agradar este emergente mercado.

Oportunidade de mercado

Como é de se esperar, essas mudanças vêm movimentando grandes quantias em dinheiro.Em 2016 a Danone comprou a WhiteWave Foods, empresa americana especializada em comidas e bebidas feitas a partir de vegetais por 12,5 bilhões de dólares. Da mesma forma, Marcelo Doin co-fundador da NoMoo, produtora de laticínios vegetais, afirma que a empresa vem crescendo a uma taxa de 70% ao ano.

Estamos adentrando uma nova etapa no que diz respeito às preferências e desejos dos consumidores. Graças à facilidade de acesso à informação, as pessoas estão cada vez mais conscientes e preocupadas com o que ingerem. Nos próximos anos o número de produtos vegetarianos e veganos nos supermercados, restaurantes e lojas virtuais deve continuar crescendo. Teremos portanto a chance de presenciar mais uma mudança no perfil alimentar da população mundial.

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