O perigo do descarte indevido de efluentes

descarte indevido de efluentes

 

Fonte: Freepik

Segundo o Instituto Trata Brasil, 55% do volume total de esgoto não recebe destinação correta. Isso corresponde a cerca de 6 mil piscinas olímpicas de esgoto por dia sendo descartado de forma irregular. Isso prejudica a biosfera brasileira e a saúde da população. O descarte inadequado de efluentes domésticos e industriais afeta diretamente o bem estar brasileiro, tanto ambiental como pessoal.

Dano ambiental

O descarte incorreto de efluentes nos rios pode causar um grande desequilíbrio no ecossistema local. Entre os processos mais comuns está a eutrofização. Esgotos domésticos e industriais são compostos, em grande parte, por matéria orgânica repleta de nitrogênio e fósforo. Quando eles são destinados a córregos sem antes serem tratados, há a proliferação de algas e cianobactérias que se alimentam desses nutrientes. O número exagerado de microrganismos forma uma camada na superfície dos corpos de água que dificulta a troca de gases e reduz a passagem de luz. Isso promove a morte de seres fotossintetizantes ao longo do resto da lâmina d’água, impactando na biota local.

Como essas algas têm um ciclo de vida pequeno, sua matéria orgânica passa a ser degradada por microrganismos, que acabam consumindo todo o oxigênio da água. Com isso, plantas e algas morrem, diminuindo o número de seres fotossintetizantes e, consequentemente, diminuindo o oxigênio disponível na água. Sem ter o que respirar, os animais aquáticos morrem em massa, o que aumenta os nutrientes disponíveis na água e inicia a decomposição anaeróbica, que resulta em mal cheiro.

A eutrofização resulta no surgimento de toxinas que, em sua maioria, afetam a saúde humana e causam a perda da capacidade de pesca, de transporte e de navegação na área, podendo prejudicar a economia local. Além disso, pode ter consequências ambientais graves por desestabilizar toda a cadeia alimentar.

Dano à saúde humana

Além disso, o descarte incorreto de efluentes afeta diretamente a saúde pública brasileira. Segundo a Organização das Nações Unidas, a cada U$1,00 gasto em tratamento de esgoto, são economizados U$4,00 na área da saúde. Algumas doenças são causadas diretamente pelo tratamento incorreto. Elas têm o ciclo fecal-oral, por serem transmitidas das fezes para a boca humana.

Normalmente, são causadas por fatores como: pobreza, desnutrição, falta de condições de higiene pessoal. Geralmente afetam crianças, entretanto qualquer um está sujeito a elas. Alguns exemplos são: Cólera, Hepatite A, Amebíase, Giardíase, Leptospirose, Esquistossomose, entre outras. Ademais, a abundância de água e matéria orgânica faz com que ambientes sem saneamento básico sejam berçários naturais para milhares de insetos que, muitas vezes, são transmissores, como o mosquito Aedes Aegypti. Doenças como: Dengue, Zika, Malária, Doença de Chagas, Leishmaniose, Filariose são disseminadas na população por meio de animais que nascem da má administração de resíduos líquidos.

Portanto, é possível concluir que o tratamento inadequado de efluentes pode causar inúmeras consequências para a população, prejudicando a saúde, a economia e o meio ambiente de rios e córregos. Felizmente, não é tarde para reverter essa situação. O tratamento de efluentes faz com que os dejetos domésticos e industriais sejam descartados sem poluir e contaminar, além de ser mais um passo na direção do desenvolvimento de um país.

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